sábado, 16 de fevereiro de 2013

Transtornada



Queria ser como você
Mas não sei como fazer isso
Não aprendi a me congelar
Fingir que não estou em erupção
Em êxtase
Transtornada
Buscando amor
Em sua plenitude
Resgatando carinhos
Procurando alguém disposto
E sem sono
Ou cansaço
Sinto o vento alisar-me o rosto
Abraçar-me a alma
E sussurrar em meus ouvidos
Promessas de felicidade
E medo
As lágrimas
Não mais me inundam os olhos
O frio
Não mais me assusta
E a solidão me abandonou
Porém, tudo é escuro
Ao mesmo tempo em que ilumina
Me entristece
Ao mesmo tempo em que me entorpece de alegria
Tudo é pesadelo
Ao mesmo tempo em que me vejo num sonho lindo
Essa constante expectativa
A espera de algo
Que não sei o que é
Mas me abala
Me deixa inquieta
Confusa
Instável
Não há palavras que expliquem
Ou gestos
Ações
Apenas momentos em que só queria estar só
Mas não sei o que quero de verdade
Na verdade
Quero tudo ao mesmo tempo
Mas não cabe a mim decidir
Apenas esperar que decidam
E que essa decisão
Me faça feliz
Ou pelo menos extinga
As dúvidas que tenho
Mas acontece que me preocupar é tão inútil
Quanto tantas frases dispersas
Quanto tentar consertar os erros
Ou ignorar as verdades
Por serem turbulentas
E causarem danos
Mas são elas que provocam sorrisos
Arrancam o * brilho*  *dos* *olhos*
Fazem pulsar meu coração
Incendeiam minha vida
São as verdades camufladas
Mas extremas
Reais
Concretas
E que me espreitam
Me querem
Me rodeiam
Vou vivê-las
E a partir de agora
Sem me preocupar
Deixarei que a brisa me leve
Até poder repousar
E descansar em paz

31/10/2005

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