segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Porta Entreaberta



Eu permanecia olhando pela porta entreaberta
Desejando profundamente estar entre EL||AS
Mas elas se bastavam
Sei que não precisavam de mim
Nem do meu membro inútil naquele momento
Mas mesmo assim faziam parte dos meus sonhos
Era impossível dormir
E não sentir o corpo inflamar com aquelas cenas
De carinhos compartilhados
Sentimentos
Paixão
Ali elas me ensinaram o que é fazer amor
Encaixavam-se><perfeitamente
Como se os seus corpos
Tivessem sido feitos um para o outro
Os movimentos lentos e suaves
Lembravam uma dança
Excitante
Com passos sincronizados
Talvez um acasalamento
Os olhares que trocavam
Eram cheios de significados
As bocas pequenas se procuravam
E se tocavam com avidez
O toque das mãos era macio
A passear por cada centímetro de pele
Do mesmo modo macia e nua
Os sorrisos que davam
Vinham abarrotados de malícia
Elas se amavam
Sem pressa e sem razão
Apenas amavam
E davam prazer aos seus corpos famintos
E necessitados de amor
E a cada segundo que se passava
Rodeado por aquela atmosfera cheirando a sexo
Perfeição e selvageria
Delicadeza e ardência
Eu me sujeitava a implorar às minhas mãos
Que me dessem o mínimo de conforto
Diante de tamanha volição
Que se instalava em mim
Tomado como um animal no cio
Eu ficava a espreita
Esperando que elas se cansassem
E me deixassem também descansar
Porque sabia que enquanto tivessem ali
Eu ficaria hipnotizado
Inúmeras vezes
Percebi seus olhos virarem nas órbitas
Suas pernas se entrelaçarem com força
Prendendo seus corpos
Como se quisessem se possuir
Suas mãos a se apertarem
E os beijos se intensificarem
Para depois surgir em seus rostos
Um sorriso satisfeito
E ainda incansável
Com sede
Querendo mais
céu

   Imagino quantas vezes foram ao     
E se já desceram de lá
A verdade é que elas se queriam cada vez mais
E eu da mesma forma
As queria cada vez mais
E o tempo foi passando
A noite foi dando espaço ao nascer do sol
Tímido e quente
Como o começo de tudo
E elas ainda estavam lá
Sem sono
Sem querer se desgrudar
Ainda estavam a se beijar
Acariciar seus corpos suados
E exaustos de tanto amor
A sorrir como crianças
Conversar besteiras
Sendo felizes
E eu também o era
Na vontade que permanecia em mim
De compartilhar daquele momento mágico
Por outro lado
Sei que não poderia

28/09/2005

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