terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ainda Assim



Os desenhos se formam
Desde a sua face
Ao meu pranto
Desde a minha pele
Ao seu canto
A partir do segundo em que se apaga
Afasta-se                         e transforma
O aconchego esfria
O sabor azeda
Mas ainda suporta-se
Com certa postura
O sol me desnuda
Meu corpo apela
E a solidão o (abraça)
Momentos
Simples instantes de estarperto
Presente no contato
No aperto
Solidário no amor
Nos abraços
Solitário no desespero
No tormento
E passam os momentos
Instantaneamente
Num suspiro
E fica a memória
E a tentativa
A busca incessante pelo eterno

                                                                                                                              07/05/2005 – 22:52h

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Afogando


















O mar me arrasta
Vejo-me sumir em meio às ondas
Sinto que estou te perdendo
Tenho medo
No fundo sei que não te mereço
E não quero que você descubra
Que não somos iguais
Nada se assemelha a sensação de tervocêporperto
E sei que só eu me importo
Ter-te                               longe é doloroso demais
O meu redor é {       }
vazio
Não sei mais o que é sorrir
Não sei mais falar de amor
Transporto-me para pertodevocê
E me sinto cada vez mais longe                   de mim
E perco minha identidade
Minha inspiração
E sensibilidade
Sou uma ilha deserta
Onde o mar me afugenta
E corrói
Onde nos perdemos de nós
Onde o inverno instalou-se
E afastou o sol
O calor
***            E o brilho
Sou um barco nau
 fra
gan
                                                                                  do
Não vejo porto
Não vejo terra firme
Nem um bote salva vidas
Apenas mar
E sal a arder
Ondas azuis tristes
Apenas imensidão
E nada além
Sou alguém afogando
Sem resgate
E sem direitos
Sem apoio
E sem abrigo
Sem esperanças por não saber nadar
Não quero presenciar o fim
E choro por não conseguir afastá-lo
Deve haver quem seja feliz
Pois existo em contrapartida
E tudo é desabafo
Nesse momento em que ninguém me ouve
Na fatalidade de estar aqui
Há                        quilômetros da felicidade
Se há justiça
Ela não me alcança
Se há punição
Ela se instaurou
Devo parar por aqui
Antes que acabe comigo
E que doa mais
Como doía antes
Antes que termine como começou
Rápido
E intenso demais

16/04/2005

sábado, 24 de novembro de 2012

Linhas, dias e anos.



Tudo começa tão fácil
Mas vão se passando as linhas
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Os dias
E os anos
O cansaço pesa sob meus ombros e traz o frio
Os olhos se embaçam
Num misto de sono, sonho, medo
Tristeza
Incerteza
E cansaço
Vêm às perguntas sem respostas
E os dias, anos e
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
linhas continuam passando
O coração às vezes cala
Tantas já sorriu
Tantas já chorou
Mas hoje cansado está
Para deixar que flua sobre o sangue de suas artérias
Alguma emoção
As brigas                                        afastam
As mãos se                                    afastam
Os olhos se                                   afastam
As bocas se                                 afastam
E aos poucos somos cada vez mais amigos
Os amantes se (escondem) em alguma madrugada fria
Algum quarto e lençol de seda
Em alguma carícia guardada nas recordações
O cansaço pesa sob as minhas pálpebras
E enxuga-me a lágrima
Vão-se as águas
Mas fica a certeza de que algo ainda dói
As mãos percorrem os corpos
E os olhares se perturbam
E a sintonia...
Ah! Aquela sintonia se perdeu no sexo que já foi amor
E o amor fica a espreita
Esperando
Espera que o sol já vem.

15/04/2005

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Mediocridade



Incógnitas sussurradas ultrapassam meus sentidos
Algo de belo
E terrível suspira
Minha pele vibra
E emudece
Senti ardências de amor
Prazer
E dor
Mescladas em segundos possuídos
De uma enorme sensação de querer me entregar
E me entregar trouxe de volta a pureza da noite
E as lágrimas ao vento
Achamos coisas demais
Porém
Preciso das certezas
Ouço a voz do silêncio me roubar o sono
E um misto de pensamentos me roubarem à calma
Nada é eterno enquanto as emoções
São |p|r|e|s|a|s| a convenções
E ambições
Meu amor não está à venda
Meu corpo também não
Se me amas até certo ponto
É porque seu amor não passa de mediocridade
E se ser medíocre é tentar ser feliz
Prefiro rios de lamentações
Mas furacões de sentimentos
Jamais entenderei um amor finito e medido
Nunca concordarei em sentir assim
Ou se ama tudo
Ou não há amor
Mas somos incógnitas
Tudo não passa de tormentos em vidas desencontradas
Diferentes e teimosas
E quando à hora e o retorno chegarem
Aí sim
Depois de tudo haverá um final
Triste, alegre ou entediante
Entretanto
No meio houve uma história
E histórias de amor são sempre bem vindas

12/04/2005

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Antes de Tudo, Nada.



No instante de um piscar de olhos
O que era seguro de
sa
ba
Vira pó
Ruína
E entulhos
Seu coração sente que tudo mudou
Mas a rotina continua a mesma
O mundo não para porque algo em você parou
Ninguém entende o tempo que você precisa
Para por as coisas em ordem
E aos trancos
E barrancos
Você se vê obrigado a continuar
Não interessa como
Nem com que cara
De algum jeito você tem que deixar o ninho
Seus sen ti men tos estão des pe da ça dos
E você vai deixando os cacos pelo caminho
Nada é mais como era antes
E você percebe que antes era melhor
Seus olhos estão cansados de ficarem abertos
A boca
Cansada de emitir palavras impostas
Seu corpo não quer mais correr
Os dedos estão cansados de escrever páginas sem amor
Sua mente luta para continuar sã
Seu sorriso ficou sem graça
A pele sente frio
Os pés estão cansados de prosseguir
Seus ouvidos não suportam futilidades
O sexo está cansado de implorar amor
E a sua alma está cansada da                          solidão
Quando você espera que tudo mude
Anseia pelo ** brilho no olhar
Coração aos pulos
Você pára
Olha para os lados
E nada acontece
Angustiante é perceber que você podia
É ter todos os motivos do mundo
Uma vontade imensa realizada
Sentir novamente o contato
E depois de tudo isso ser triste
Algo em mim não sou eu
Torna-me fria
E calculista
Enquanto o que restou de mim
GRITA
Implora
E se desespera
Estou tentando ser forte
Mas a cada dia perco a minha essência
Perco os sonhos que me dão coragem
A alegria que me motiva
E tudo passa a ser mecânico
Sem romantismo
E carinhos
Às vezes não me importo
Ou finjo
Mas outras vezes morro
Seu jeito me         afasta
Você não entende o que me amargura
E nunca vai entender
Acho que não sei mais
Se ainda te quero do jeito que você é
Ou do jeito que idealizo pra mim
E você nunca vai ser

25/03/2005 – 01:44h.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Retratos da Vida


O procedimento para retratar a vida é muito simples
1º - Você deve separar o bem e /// o mal em grupo diferentes
É claro que uma pilha pode ser suficiente
Dependendo do que se deseja fazer
Separamos o que há de negativo
E organizamos para que se transforme em coisas boas
Ou então
Tudo ficará estacionado
Se você precisa ir a outro lugar por falta de equipamento
Ou seja
Encontrar um caminho decodificando o mal para um aprimoramento pessoal
Este poderá ser o segundo passo
Se não precisar
Pode começar
É importante não exagerar
E sim
Saber distinguir quando utilizar-se dos princípios de certo e errado
Isto é
É melhor efetuar as transformações necessárias aos poucos
É um processo lento e duradouro
Isto pode não parecer importante imediatamente
Mas as complicações podem começar a surgir
Um erro pode custar caro
No início o procedimento poderá parecer complicado
Logo
Porém
Ele será simplesmente mais um fato
Mecânico
É difícil prever algum fim para a necessidade de tais transformações
No futuro imediato
Mas nunca se sabe
Depois de discernir o que cada situação representa
Você deverá reavaliar o conteúdo de cada pilha
E diferenciá-los novamente
Em seguida eles podem ser [guardados] em lugares apropriados
Um dia eles serão usados mais uma vez
E o ciclo então terá que ser repetido
Contudo
Isso faz parte

Alliny Araújo e Ana Paula Almeida

01/03/2005

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Flores e Espinhos




Eu mereço isso?
Padecer em meio às flores
E espinhos confusos
Que invadem meus sentimentos?
Sufocar a dor
E tentar sorrir por imposições alheias?
Aceitar que a minha vidinha pacata não é mais a mesma?
Suportar calada para não parecer egoísta?
Quem sabe eu mereça
A porta está aberta [
Para que os sonhos es
                                          co
rram por entre meus dedos ]
A cada dia que passa me sinto mais só
E sem perspectivas
Mas quem sabe amanhã possa ser diferente
Que bonito
Hein
Senhor
Me fazer de marionete
E brincar com meu destino sem pedir permissão
Mas é Você quem manda
E a mim
Só cabe aceitar

21/02/2005

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Plataforma amarela




Aquele céu absolutamente negro
Sem qualquer * brilho
Seja de estrela *
Seja de * lua
Soprando uma brisa fria
E melancólica
Veio levar-te daqui
Meu olhar acompanha a plataforma amarela número 1onze1
E desesperadamente depressa demais
Aparece entre
    ||as||
árvores
Naquela esquina
[
O expresso prata
Completamente abarrotado de emoções
Uns são felizes
E choram por voltar
Outros são tristes
E choram por partir
         Seu abraço dura o tempo da lágrima que
cai dos meus olhos
Atravessar a noite à procura de consolo
Suas palavras sussurradas me fazem sonhar com o dia
Em que voltarei a ouvi-las
Sua boca úmida
E trêmula
Me dá a certeza de que o seu beijo é o meu maior bem
Naquele momento
A eternidade nos abrange
E traz a saudade para nos fazer companhia
Doce companhia que me martiriza
Agoniza
Mas ás vezes traz sua lembrança para mim
Alguém avisa
É hora de embarcar
As lágrimas agora
caem com
                                               pul
                                            si
        va
                                                                                          men
te
E os soluços sufocam-me
A ca da pas so
Distanciamos                     nossos olhares e        nossas mãos
A cada segundo
Tudo se torna mais difícil para mim
Posso te ver apenas através dos vidros ||| que nos separam
Seu semblante triste
E preocupado
Transtorna os meus pensamentos
Eu sei que aguento toda dor
Estou acostumada a ela
Mas e você?
Desejo-te boa sorte
Paz
E discernimento
Vá com Deus
E guie-se por ele
E não se esqueça de que aqui
Existe alguém que faz do seu retorno à razão de viver
Amo-te tanto
Mas lentamente você vai embora
Não vejo mais seu rosto
Não sinto mais seu corpo
Apenas saudade
Em cada esquina há algo para lembrar
Ao voltar para casa me sinto perdida
E agora?
Ainda não sei o que fazer
Ou pensar
Apenas sei que preciso de você
Quando puder voltar pros meus braços ansiosos
E para minha vida

16/02/2005 - 09:28h.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Lembranças não Bastam


O tempo me impõe um período de espera
E expectativa
De saudade de ser feliz
De vontade de reconhecer meus sentimentos
E de ansiedade por não saber qual será o meu destino
Cada vez mais             distantes
De todos
De tudo
De ser alegre
E triste
De me sentir amada
E recusada
De me sentir segura
E acuada
De ver refletir no meu olhar o amor
Do jeito que vier
E se manifestar
Mas tenho saudade
E ás vezes as lembranças não bastam
Algo se embaça entre meus olhos
E na minha mente
Surgem imagens desfocadas
Me pergunto se não passou de um sonho
Tinha tudo
E ao mesmo tempo sabia que nada se tornaria
E cedo demais
Saudade do que não vivi
E pagando para ver o que ainda vou viver

11/02/2005 – 00:00h