quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Necessidade


Algo me ofusca
Apática e sem beleza
Algo em mim suspira
E algo em mim te odeia
Você sabe negar o que sou
Sente nojo
Ignora
Têm nas mãos as lágrimas
E as imagens desfocadas do meu olhar
Não chega a ser dor necessariamente
Mas me humilha
Me arrasta
Face ao
                         chão
Corpo sedento
E sonhos para me satisfazerem
(Utopias ao meu redor)
E pranto a me embalar
Sou um mar em tempestade
Sem barcos para
                                   naufragar
Sou chuva e vento
        Perdida no
vazio
imenso do seu desinteresse
Sou fraca e triste
Apenas por te querer além do que devia
Por tentar não desejar
Ardendo
Por tentar ser fria
Morrendo
Por ainda imaginar dias lindos
E impossíveis na sua ambição
Insensíveis pelo seu cansaço
E inexistentes pelo seu sono
Sou apenas espera e esperança
Tentativas frustradas de medo
Futuro incoerente e desespero
Angústia frenética e amargurada
Alguém querendo e buscando
E vendo que ainda faltam muitos caminhos a percorrer
Não enxergando alternativas para eles
Alguém acostumado a sofrer
Que prefere chorar a sorrir
Engasgar-se com o amor
E com o pavor da solidão
Alguém que se deu demais
E não consegue voltar atrás
Não reconhece seus próprios erros
Ou apenas prefere errar outra vez
A buscar incessantemente a felicidade
Só porque traz riscos
E arriscar é complicado
Sempre vem o arrependimento
Talvez a saudade
E pior
O nunca mais
Talvez eu não queira arriscar
Já seja feliz e não saiba
Ou me martirize de propósito
Por talvez não ter aprendido
O que é sorrir simplesmente

27/01/2005

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