segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Benção





O escroto é real
O poço é pro
fun
do
Mas o céu é maior
O azul
{envolve}
A luz incendeia
O manto recobre o mundo
E o protege
É indiferente aos olhos
Reflete
Porém
Na alma

08/02/2005

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Necessidade


Algo me ofusca
Apática e sem beleza
Algo em mim suspira
E algo em mim te odeia
Você sabe negar o que sou
Sente nojo
Ignora
Têm nas mãos as lágrimas
E as imagens desfocadas do meu olhar
Não chega a ser dor necessariamente
Mas me humilha
Me arrasta
Face ao
                         chão
Corpo sedento
E sonhos para me satisfazerem
(Utopias ao meu redor)
E pranto a me embalar
Sou um mar em tempestade
Sem barcos para
                                   naufragar
Sou chuva e vento
        Perdida no
vazio
imenso do seu desinteresse
Sou fraca e triste
Apenas por te querer além do que devia
Por tentar não desejar
Ardendo
Por tentar ser fria
Morrendo
Por ainda imaginar dias lindos
E impossíveis na sua ambição
Insensíveis pelo seu cansaço
E inexistentes pelo seu sono
Sou apenas espera e esperança
Tentativas frustradas de medo
Futuro incoerente e desespero
Angústia frenética e amargurada
Alguém querendo e buscando
E vendo que ainda faltam muitos caminhos a percorrer
Não enxergando alternativas para eles
Alguém acostumado a sofrer
Que prefere chorar a sorrir
Engasgar-se com o amor
E com o pavor da solidão
Alguém que se deu demais
E não consegue voltar atrás
Não reconhece seus próprios erros
Ou apenas prefere errar outra vez
A buscar incessantemente a felicidade
Só porque traz riscos
E arriscar é complicado
Sempre vem o arrependimento
Talvez a saudade
E pior
O nunca mais
Talvez eu não queira arriscar
Já seja feliz e não saiba
Ou me martirize de propósito
Por talvez não ter aprendido
O que é sorrir simplesmente

27/01/2005

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Inferno



Vida, vida, vida.
Leve como o vento
E pesada como o aço
Aço afiado que corta e sangra
Vento gelado que sopra e amansa
Chicotes me açoitam, mas invisíveis são.
Choro e sangro
Mas as lágrimas e o meu sangue invisíveis são
Ouço vozes a gritar
A dizer palavrões
A me irritar
Meus ouvidos doem, mas não querem saber.
Coro de vozes e eu triste
Cada vez mais triste
                                            Me sinto der
                       re
                                                                                  ter em minha própria agonia
Me vejo morrer e querem mesmo que eu morra
Sinais de crueldade e mágoas
Brasa queimando meus olhos
Dúvida atormentando minha mente
Beleza e incômodo
Tesão e desgosto
Pele e desprezo
De um lado um anjo /// Do outro o demônio
O fogo me hipnotiza
O inferno me atrai
Quero beber e me suicidar
Quero sair e me lançar da sacada nos braços de alguém
Mas ele vai me deixar 
C
A
I
R
Eu sei
Vai me deixar ali
Estirada ao chão
Vai pisar em mim
E eu vou me deixar pisar
Vou me humilhar
Mais uma vez sofrer

18/01/2005

domingo, 14 de outubro de 2012

Erros





Quando algo ameaça
Tento encontrar respostas
Reconhecer os erros
Eu acredito que eles existem
E que são meus
Mas o tempo os esquece
Abandonados num
[canto]
qualquer
Dentro de mim.
Eu tento
Mas quando vejo
Erro de novo
Mesmo sabendo que as dívidas são minhas
E um dia serei punida
Eu tenho medo
E peço auxílio
Que nunca vem
E me entristece
São dúvidas
E mais dúvidas
Não sei se um dia serão certezas
Ou tolices
Apenas lembranças de um tempo medonho
Infantil
E imaturo
Solitário e      
vazio

10/01/2005

sábado, 13 de outubro de 2012

Não que Seja Assim



Lágrimas demais
São apenas lembranças
Cobranças

Não que seja assim
Dor demais
São apenas momentos
Intensos

Não que seja assim
Olhar para trás
São apenas sintomas
E aromas

Não que seja assim
Saudade demais
São apenas versos
D  i  s  p  e  r  s  o  s

Não que seja assim
Paixão demais
São apenas |d|e|s|e|j|o|s|
|P|r|e|s|o|s|

Não que seja assim
Turbulência demais
São apenas loucuras
Sem cura

Não que seja assim
Solidão demais
São apenas torturas
Que sangram
E ferem
Cada vez mais

04/01/2005

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Perdão


Venho por meio desta pedir-te perdão
Perdão por ser essa garota imatura
Por falar tão ALTO
E por ser ridícula
Perdão por te fazer sentir vergonha de mim
Pela falta de postura
Por não ser bonita o bastante
Vaidosa o bastante
Nem magra o bastante para merecer sequer um elogio seu
Perdão por ser tão carente
Por não ter nada além de mim para te dar
Perdão por não conseguir te fazer sorrir ao me ver
Por não alegrar o seu dia
Por não despertar em você a saudade que eu sinto
Perdão por sempre quererestarperto
Por me oferecer a você
Como se fosse uma vagabunda qualquer
Em troca apenas de sentir seucorponomeu
Perdão por insistir para que você fique
Por tomar seu tempo
Por pedir seus beijos
Perdão por te amar demais
Pelos ciúmes
Por só te trazer problemas
E reclamações
Perdão por existir na sua vida
E enfim
Perdão por mais uma vez ter que te pedir perdão
Por mais esse embaraço que te trago

Sei que não tenho importância
Nem faço diferença
Se sou só uma obrigação
Perdão também por isso.

Dez. de 2004

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Motivos para Sorrir





Amor é fogo
Que arde sem se ver
É desistir da eternidade
Para te tocar
Te sentir de todas as formas
É o mais pertodocéu
Que posso estar
É respirar a sua vida
Ver a doçura
Dos seus olhos
É o olhar ansioso
Esperando...
É um instante de sonho
É saber que tu
És um anjo
E encher meu espírito
Com o teu sangue
A volúpia que surge em mim
Como a fé nos desesperados
Sua voz presente
Em minha voz ausente
O infinito do nosso limite de respirar
É estranho
E grande
Amigo da loucura
É desassombrado
Doido
E delirante
É compaixão
Carinho
Respeito
E surpresa
O espaço onde existem os grandes vôos
A cidade                                      deserta
O sonho do poeta
A liberdade
E o retorno
É quando fica difícil ir embora
Quando se chora
Sem saber por quê
É gostar muito de você
É o conflito entre nossos reflexos
E reflexões
Ter bons motivos para sorrir
Te olhar
E me ver
Te escutar
E me ouvir
Te tocar
E me sentir
É a beleza das pessoas
É a continuidade do seu ser
Doar felicidade
E sentir gerar o desejo
Aprender com as lágrimas
Aprender a perdoar
A falar no silêncio
E cometer erros ridículos
É uma flor delicada
É um P
R
E
C
I
P
Í
C
I
O
Um perfume
Um apelo

06/06/2004