segunda-feira, 18 de março de 2013

Delirando



Já é de manhã e tarde demais para qualquer tentativa
Preciso aceitar meu cansaço
O peso da dor nas minhas pálpebras
O gosto amargo nos meus e nos seus lábios
O corpo sedento de amor
A mente atormentada
Sentindo na pele a falta que faz o teu calor pesando sobre mim
Como eu queria te sentir
Tocar cada centímetro da pele descoberta e descobrir a minha
Num instante mágico
Em que nossos olhos se cruzam e se perseguem
Em que as mãos suam e tremem
Em que a boca seca
O coração pulsa frenético
As pernas se aquecem
As línguas se procuram e surge a necessidade do aperto
Do atrito, dos movimentos intensos
Da respiração, gemidos insanos e finalmente a plenitude
Mas o sol teima em nascer, anunciar um novo dia e desfazer minhas esperanças
Agora já não sinto mais o calor que emana do teu beijo
Não senti você pesar
sobre mim
Muito menos a sua e a minha pele ficaram nuas
Não se tocaram
Nossos olhos se fecharam, mas não houve tempo para devaneios
Nem para vestígios de sonhos
Meus dedos estão sozinhos
O coração aquietou-se e chora
Triste e faminto
As pernas esfriaram
As línguas pronunciaram o até mais, na esperança de ser breve
Não houve aperto, atrito, movimentos
Nem plenitude
Nada além de todos meus desejos
Ainda |p|r|e|s|o|s| e não satisfeitos
Delirando e esperando
Ansiosos
O instante de estarperto
Por dentro de você e assim poder sentir
Seu amor que tanta falta me faz

31.03.06 - 09:30

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