sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Labirinto Particular


No excesso de palavras palavras palavras palavras palavras
Um beijo que cala para matar a sede
Faz com que a sede aumente
E possa arruinar uma vida
E quanto mais vejo seu corpo
Mais sinto a incompreensão do que escrevo
Do que te digo e do que silencio
São segredos de um labirinto particular
E um contorno perfeito
Às vezes as palavras me perturbam
Às vezes me excedo por elas
E as vejo tão insignificantes perante o que sinto
Que me agonizo
Ódio do mundo
Raiva por não conseguir te convencer
Com essas idiotices que acho nos dicionários
       Fúteis e vazios de  Sentimentos
As estrelas do céu da noite não pedem para brilhar
Não GRITAM
Não pronunciam um ruído sequer
Eu peço
E não arranco dos seus olhos uma faísca
As flores nos arbustos não param para se ajoelhar
Eu me arrasto
E nessa hora
Nem o silêncio e as palavras me servirão de consolo e ajuda
A doçura celeste jamais precisou de explicações
Nem de adjetivos
A língua que gira e toca o céu da boca
Nunca precisou de ensinamentos
E não tem vergonha da sua direção >><< e desejos
O sexo não precisa de narração
Nem história
Muito menos de convencimento
Eu e você não viemos de frases ou denominações
Viemos do que possuímos
E as pessoas não são capazes de entender
Mesmo que queiram
Mesmo que tentem

 01/06/2004 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Eu me aproprio





Eu aqui me despeço
Naquela nuvem
Naquela
Em que te mando com o vento
Todo o meu amor
Todos os sonhos se vão
Num soprar de tempestade
Arrrrrassstadosss
Vem a mim o padecimento
E a insônia
No jardim da despedida
Deixo-lhe uma flor
A mesma que colhi
Quando te olhei pela primeira vez
Vou sobreviver
E dói saber que sem o coração no peito
Longe             estaremos do que somos
E nesse instante
Afasta-se                  da minha pálpebra
Uma lágrima apenas
A eternidade ameaça reinar entre nós
E as nuvens se vão
E o vento continua a soprar
A me arrastar
Contra o meu maior desejo
E há um lugar ao       longe
Para que possamos de novo existir
Que prevalece o silêncio do mar
E o instante dos lábios é absoluto
Onde os sons da maré são ouvidos
E a (tua face)
Não se esconde dos meus olhos ansiosos
E não há muros que separem
Nossos
|corações|||corações|
desesperados
E não há inimigo algum que vença
O que construímos
Um lugar onde flui a sensibilidade
Que minha alma sente
Que o poder do meu amor
Te alcança simplesmente
Que sussurros doces
 Preenchem a loucura dos GRITOS
Um lugar do * brilho * do * sol *
E da areia do mar
Onde Deus existe
Para mim
E para você
Onde os anjos dizem amém
Minhas súplicas são atendidas
E os meusbraços tesentem bemperto
E eu consiga gravar o cheiro
Que exala da tua pele
E o gosto de paixão da tua boca
E sinta
{teu espírito abraçar o meu}
E assim
Sem pecado
Nos tornamos umúnicoser
Na esperança de que talvez
Alguém perceba o tamanho desse
amor
E faça com que o céu conspire
Para que dure o tempo necessário
Do tempo não existir
Para nos separar um dia

Você me pediu o mundo
E eu sem relutar o entreguei em suas mãos

27/05/2004

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Bomba Relógio





Estou me sentindo mal
Cada dia que passa
Pior
Ouço uma bomba relógio batendo no peito
Tic-tac, tic-tac, tic-tac
Sinto que ela vai explodir
Tic-tac, tic-tac
A qualquer momento
Tic-tac
E vai sangrar
Tic-tac, tic-tac, tic-tac
E eu vou sofrer
Vou chorar
Tic-tac, tic-tac
Só posso esperar
Tic-tac
E implorar para que a explosão não doa tanto
Se me concentrar posso ouvir
Tic-tac, tic-tac, tic-tac
Cada vez mais forte
E mais rápido
E terrivelmente angustiante
Vivo embalada pelos tic-tacs
Tic – estou feliz
E em segundos
Tac – estou em prantos
Tentando desfazer essas onomatopéias
Chatas
Entediantes
E tristes
Que regem a sinfonia melódica depressiva
Que ás vezes sou eu
E às vezes faz parte de momentos
Que não quero recordar
Ou reviver
Apenas esquecer
E pedir a ele que
Se puder
Corte o fio para que não exploda

25/04/2004 – 22:52h.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Barulho de Chuva





Tudo se torna confuso e turbulento
Ouço a chuva e me sinto espancar pelo barulho
Excitante e irritante
Que entra pelos poros da veneziana
Barulho que me atormenta
E me faz pensar que posso
                                   Queria sentir o frio           e
s
c
o
r
r
e
n
d
o
      pela minha pele
A roupa úmida grudarnocorpo
Mechas de cabelo tapando meu rosto
Só ouço e penso
Ouço e quero
E não posso
Não tenho coragem
Nem amor
Sexo ou significado
Chuva que pede socorro
Enquanto GRITO e gemo de dor
Ele que machuca e humilha
Eu choro e me desespero
Chuva que me consola e acalenta
E ele me faz sofrer
Sinto que sou impotente demais para sair dessa cama
Cansada de remoer esses tormentos e desenganos
Despeço-me do dia, da noite
E da chuva
E abro alas para os meus sonhos
Neles sim sou feliz
E feliz quero ser agora
Quero sonhar
Por enquanto

19/03/2004 – 23:25h.

Fiapos na Mesa





O cachorro meio escondido atrás da almofada
Tímido
Não quer olhar para mim
Porta retrato na escrivaninha
Mas não sou eu
Um anjo estende as mãos
E tenta proteger
Será que ele conseguiu livrá-las do mal?
Eu me encontro na parede
Dentro da
[gaveta]
E jogada na cama
Olhar distante
Mas não /         /
                                                                                                                                                       vazio
     Existe algo no F
                   U
                              N
                              D
                                                                                               O querendo se manifestar
Fiapos na mesa retratam um momento simples
E feliz
Eu sorria por ele
As coisas bagunçadas estão todas no lugar
Minhas coisas bagunçadas
Bagunçadas
E organizadas como a minha vida
São as minhas coisas
Ele organiza
Eu oçnugab
O dente morde a lateral do meu lábio inferior
Nervosismo da caneta que não desliza pelo papel
Ideias que não saem da minha cabeça
Era para ser outra carta de amor
Mas é só um relato desse momento
Já é noite
Nada para fazer
Só não quero dormir
Ela ri e é tão linda
Eu triste
Será que você entende?
Percebe o que escrevo?
Sente?
Eu não
Falta de nexo
E criatividade
Filme de aventura na TV
O nome dele escrito no livro
No mundo
E dentro de mim
Habita minha alma
E se marcou com ferro quente
Às vezes sangra
Às vezes chora
Mas também se alegra
Passarinho canta
|p|r|e|s|o|
Na gaiola
Eu BERRO presa entre as
|p|a|r|e|d|e|s|
Canto um rock
E ponho para fora
O cachorro me olha
Mas o focinho ainda está meio escondido
Meu pé está frio                e ele longe
O mundo gira
E a lâmpada
p*i*s*c*a
Mas não percebo
Sei que ele gira
E*l*a pisca
E eu morro de amor
E loucura
Mas só sei
Isso só a física explica
Será que estou de cabeça para baixo agora?
Como o looping de uma montanha russa?
E a se a gravidade falhar e E
U
C
A
I
R
?
Será que ele me salva?
Tampa cor de rosa
Caixa cor de rosa
Porta jóia cor de rosa
Porta retrato cor de rosa
E porque não mundo cor de rosa?
Definitivamente ele me faz feliz
Me dá choque
Ele queima
E arde
E molha
E treme
E excita
E goza
E alucina
Ele é meu
E só ele
Seu nome?
?
Complicado como ele
Sério como ele
Convencido como ele
É amor
Daqueles que rimam com flor
E dor
Um trecho de vida a dois
Duas almas
Dois destinos
Dois loucos amantes
Loucos
Loucos
A vida se abre
E dá gargalhada de nós
Era para ser mais uma carta de amor
Mas foi só um relato desse momento

09/06/2003 – 23:35h – Segunda-feira

Sobre Insônia


O livro Insônia não tem esse nome em vão. Ele foi construído a partir de noites longas, na maioria das vezes tristes, onde as palavras eram a minha única válvula de escape. As olheiras e os ponteiros do relógio são provas e testemunhas de cada aflição vivenciada. Reverencio o sono, porque sei que não é meu amigo.

Nada mais é do que uma coletânea de nove anos de experiência de vida, relatada em páginas, letras, números, pontos e afins. Numa rua da cidade, em sonhos que pincelei em versos, sem rimas, na verdade, poucas rimas e muita inocência. Muitos pecados vermelhos, solidão e gente em demasia, joelhos doendo em penitência e um mundo todo meu que agora compartilho com você. Essa é a minha casa, onde moram as minhas personalidades, meus medos, minhas sexualidades diversas, minhas loucuras e lucidez. Fique a vontade para descobrir cada pedacinho de mim e de outros que por algum momento me fizeram sentir. Alguns por anos, outros por segundos eternizados nessas linhas. É claro que nesse caso cada página é relativa à importância. Quantidade tem tudo a ver com a qualidade. Boa ou má. Bem vindo à minha intensidade, você é meu convidado.